
MÁRIO FONSECA
(Praia, Ilha de Santiago, Cabo Verde, 1939)
a noite longa
minha alma
chora sua fome de séculos
Meus olhos cresceme
choram famintos de eternidade
até serem duas estrelas
brilhantes
no céu imenso.
E o infinito se detém em mim
Na noite longa
uma remotíssima nostalgia
afunda minha alma
E eu choro marítimas lágrimas
Enquanto meu desejo heróico
de engolir os céus
se alarga
e é já céu
Tenho então
a sensação esparsamente longa
de vogar no absoluto.
(Selô,1962)
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